“Se somos dotados de alguma inteligência, aproveitemo-la no restabelecimento do equilíbrio na área da consciência, senão do coração, para que a luz tenha acesso a todos os departamentos do nosso complexo humano e divino.”
(Miramez  – Cura-te a ti mesmo)

O seu corpo diz onde está sua deficiência moral, como sinais de alerta que soam até que sua atenção desperte para a cura interna, que são as condutas, e depois para a consequente cura da matéria que constitui seu corpo. O corpo não adoece ou se fragiliza por si só. Portanto o que faz com que haja dor ou desajuste de qualquer ordem é a essência que o anima, não a matéria, logo a individualidade e a personalidade definem seu grau de saúde por serem resultados de sua condição espiritual. A cura só pode partir da mesma fonte, ou seja, a mente – que é a exteriorização do ser.

“Quem sente dor, quer seja nos dentes ou na alma, torna-se dor e acredita-se impotente. Há quem recorra aos fármacos, às substâncias que minimizam a consciência, a recursos outros tão variados quanto possível, e muitas vezes são eficazes por um curto ou longo período. Tem gente que se dá por satisfeito, porém a dor é onipresente em sua ameaça de um constante retorno, isto é, um indivíduo sabe que no curto lance da sua vida será acometido por ela, o que lhe aterroriza, paralisa ou nada causa, a depender das prioridades pessoais.” (Vivenciaseganhos.wordpress.com)


Em geral, o corpo sinaliza por meio da dor ou outro desequilíbrio, em variadas intensidades, o que lhe vai na alma, e a cura depende em grande parte do quanto nos voltamos para esses sinais e procuramos mudar a postura em relação a eles, corrigindo pensamentos e atitudes. Alguns exemplos que revelam possibilidades interessantes no campo da somatização, mas que de forma alguma são estanques e fixas, seriam: dor nos olhos indicando que o sujeito precisa mudar a forma de olhar os outros e o mundo, despojar-se da crítica, parar de ver somente o negativo e o defeituoso. Se dói o coração, talvez o indivíduo esteja resistindo a dar e receber amor, necessita abrir-se às pessoas, estar disponível para elas. Quando incomoda o estômago, provavelmente não se deseja digerir uma situação ou condição atual por se julgar superior a ponto de não aceitar o que lhe ocorre, podendo indicar orgulho e soberba camuflados e que precisam ser aniquilados prontamente. Para comprometimentos no sistema excretor e funcionamento intestinal, percebe-se uma resistência a eliminar o que há de imperfeito no seu modo de ver e agir, tudo aquilo que não serve mais ao indivíduo na sua jornada de evolução, como padrões viciosos de comportamento e pensamento que devem ser modificados. No caso de dores nos pés, pode-se estar diante de alguém que faz da sua caminhada um fardo, não aceita ajuda e resiste da dar passos firmes a despeito das dificuldades que o terreno lhe impõe. A dor na cabeça pode estar sinalizando o espírito enclausurado que clama por liberdade e deve, portanto, buscar entender quais correntes e amarras mantêm em sua existência, para que seja capaz de se libertar delas, como preconceitos em qualquer nível, falsos valores, sensação de incapacidade e inferioridade etc. Esses foram apenas alguns parcos exemplos, expostos de modo simplista e superficial, desconsiderando-se toda uma gama de possibilidades, o que equivale a dizer que não servem como uma sentença para quem venha a apresentar tais e quais sintomas, e sim que o autoconhecimento é necessário para se compreender um sinal do corpo. 

“Assim como as moléstias orgânicas são muitas vezes resultantes dos nossos excessos, assim também as provas morais que nos atingem são consequências das nossas faltas (…) Pela ação da dor, larga tudo o que é impuro e mau, todos os apetites grosseiros, vícios e paixões, tudo o que vem da terra e deve para ela voltar. A adversidade é uma grande escola, um campo fértil em transformações.”
(León Denis –  Depois da Morte)

O que se pretendeu aqui foi mostrar a magia do corpo físico como um sinaleiro de Deus em nosso benefício. Diante desse instrumental maravilhoso, observe onde lhe dói o corpo e empenhe-se na curar antes que a medicina dos homens seja necessária para agir  na matéria de forma a aliviar os sintomas e restituir a composição física e biológica. Enfim, escute os sinais que o corpo envia infalivelmente.

“Precisamos aprender e também ensinar 
às pessoas em desespero que a rigor 
nunca e jamais importa o que nós ainda 
temos a esperar da vida, mas sim 
exclusivamente o que a vida espera de nós.” 
(Viktor Frankl – Em Busca de Sentido)

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