“Se somos dotados de alguma inteligência, aproveitemo-la no restabelecimento do equilíbrio na área da consciência, senão do coração, para que a luz tenha acesso a todos os departamentos do nosso complexo humano e divino.”
(Miramez – Cura-te a ti mesmo)
O seu corpo diz onde está sua deficiência moral, como sinais de alerta que soam até que sua atenção desperte para a cura interna, que são as condutas, e depois para a consequente cura da matéria que constitui seu corpo. O corpo não adoece ou se fragiliza por si só. Portanto o que faz com que haja dor ou desajuste de qualquer ordem é a essência que o anima, não a matéria, logo a individualidade e a personalidade definem seu grau de saúde por serem resultados de sua condição espiritual. A cura só pode partir da mesma fonte, ou seja, a mente – que é a exteriorização do ser.
Em geral, o corpo sinaliza por meio da dor ou outro desequilíbrio, em variadas intensidades, o que lhe vai na alma, e a cura depende em grande parte do quanto nos voltamos para esses sinais e procuramos mudar a postura em relação a eles, corrigindo pensamentos e atitudes. Alguns exemplos que revelam possibilidades interessantes no campo da somatização, mas que de forma alguma são estanques e fixas, seriam: dor nos olhos indicando que o sujeito precisa mudar a forma de olhar os outros e o mundo, despojar-se da crítica, parar de ver somente o negativo e o defeituoso. Se dói o coração, talvez o indivíduo esteja resistindo a dar e receber amor, necessita abrir-se às pessoas, estar disponível para elas. Quando incomoda o estômago, provavelmente não se deseja digerir uma situação ou condição atual por se julgar superior a ponto de não aceitar o que lhe ocorre, podendo indicar orgulho e soberba camuflados e que precisam ser aniquilados prontamente. Para comprometimentos no sistema excretor e funcionamento intestinal, percebe-se uma resistência a eliminar o que há de imperfeito no seu modo de ver e agir, tudo aquilo que não serve mais ao indivíduo na sua jornada de evolução, como padrões viciosos de comportamento e pensamento que devem ser modificados. No caso de dores nos pés, pode-se estar diante de alguém que faz da sua caminhada um fardo, não aceita ajuda e resiste da dar passos firmes a despeito das dificuldades que o terreno lhe impõe. A dor na cabeça pode estar sinalizando o espírito enclausurado que clama por liberdade e deve, portanto, buscar entender quais correntes e amarras mantêm em sua existência, para que seja capaz de se libertar delas, como preconceitos em qualquer nível, falsos valores, sensação de incapacidade e inferioridade etc. Esses foram apenas alguns parcos exemplos, expostos de modo simplista e superficial, desconsiderando-se toda uma gama de possibilidades, o que equivale a dizer que não servem como uma sentença para quem venha a apresentar tais e quais sintomas, e sim que o autoconhecimento é necessário para se compreender um sinal do corpo.
O que se pretendeu aqui foi mostrar a magia do corpo físico como um sinaleiro de Deus em nosso benefício. Diante desse instrumental maravilhoso, observe onde lhe dói o corpo e empenhe-se na curar antes que a medicina dos homens seja necessária para agir na matéria de forma a aliviar os sintomas e restituir a composição física e biológica. Enfim, escute os sinais que o corpo envia infalivelmente.
“Precisamos aprender e também ensinar às pessoas em desespero que a rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós.” (Viktor Frankl – Em Busca de Sentido)